Enquanto o homem discute sua ancestralidade, um dos possíveis parentes mostra que é mais parecido com ele do que se imagina: inteligente, malandro, encrenqueiro, dissimulado, namorador... Só para ilustrar: Há algum tempo atrás, as lentes do “Cacetadas do Faustão” focaram um macho tarado que aproveitava as distrações da companheira para namorar outra fêmea, a uns quarenta metros do casal. Tudo em tempo recorde. Aliás, no quesito sexo, os macacos se equiparam à espécie sapien. Li que pesquisadores de Cingapura descobriram que eles – os rabudos – usam uma espécie de afago como "moeda" para comprar uma parceira. E que funciona a lei do mercado. Quanto maior a oferta, menos tempo de cafuné, e vice-versa. Não pesquisei para ver se a fonte é fidedigna. Por isso vou me ater a histórias verdadeiras, como a acontecida pelas bandas de... por aí. E não adianta insistirem que eu não revelo onde, nem conto que duas torres delimitam o município. Lá vai:
Um macaquinho que tomou gosto pela vida fácil (sem aspas), passou a fazer incursões rotineiras pelo pátio de uma residência. Era tão esperto e engraçadinho que foi praticamente adotado pela família. Resultado: o símio passou a ter livre trânsito na casa.
Na semana passada, o macaco deve ter acordado “com a macaca”. De manhã, vendo a casa às escuras, sem ninguém para recebê-lo, resolveu soltar todos os diabinhos. E era uma verdadeira falange. Primeiro, ele foi ao porão, onde pencas de salame fresco estavam sendo defumadas. Com a habilidade que o caracteriza, desamarrou todas elas e as arremessou aos cachorros, que fizeram a festa. Depois se aproximou do freezer abarrotado de carne de porco e, com conhecimento de causa – e de conseqüência – puxou o fio que estava na tomada. Não satisfeito, foi para o andar de cima. Na cozinha, arrancou os botões do fogão a gás. No quarto, apossou-se dos produtos de beleza e afins. Ia aprontar mais alguma travessura, quando a família retornou. Devidamente maquiado e perfumado, o macaco correu para dar as boas-vindas. A mulher alvoroçou-se. Alguma coisa não cheirava bem (mas haveria de cheirar muito pior). Então viu uma rota formada por batons quebrados, loções e cremes derramados, pentes e pincéis, num caos total. De repente ouviu o marido berrar:
-Aquele filho de uma macaca acabou com meu salame!
Homem e mulher saíram bufando e de arma em punho – ela com a vassoura, ele com o cinto. Mas o moleque, que era mais rápido, enfiou-se no matagal, grunhindo palavrões.
É claro que tudo passa, inclusive a raiva. Três dias depois, com saudades do capetinha, já estavam desejando que ele voltasse... até rastrearem o odor fétido que subia do porão...
quarta-feira, 17 de março de 2010
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