Cartilha da corrupção
O bebê! Há como se imaginar que uma pessoinha frágil feito um botão venha a ser um adulto corrupto?
O bebê, cercado de amor e cuidados – ou não –, inicia a aprendizagem desde que descobre sua capacidade de manipular os pais com chorinho em dó maior. No princípio, são coisas tão “inocentes” que, se não tiverem continuidade, caem no esquecimento. Para que nada se perca na lixeira do cérebro, aqui vai a cartilha que abre os horizontes do (sub)mundo da corrupção:
-ache graça da birra do seu bebê e faça o impossível para atendê-lo em todas as suas exigências;
-use de chantagem para fazê-lo comer;
-não o repreenda se ele chutar as canelas dos avós;
-quando ele estiver em idade escolar, prometa, por exemplo, uma bicicleta se passar de ano;
-caso ele não tenha estudado para alguma prova, escreva um bilhetinho para a diretora, dizendo que o pobrezinho se encontra acamado;
-fale mal da professora, principalmente se as notas estiverem baixas, afinal a culpa não é dele;
-se alguém ligar ou bater à porta, peça-lhe para dizer que você não está;
-exiba-se no trânsito, driblando os panacas;
-mostre a ele como furar as filas, deixando os otários pra trás;
-ensine-o a tirar vantagem em tudo;
-cubra suas transgressões de criança ou de adolescente;
-incentive a pirataria, apontando como se pode ganhar muito gastando pouco;
-treine-o para subornar os outros;
-dê-lhe um carro se ele passar no vestibular.
Bom, você já cumpriu com seu papel. Seu filho deve ter aprendido que mentir, manipular, barganhar, chantagear, trapacear e praticar pequenas infrações, faz parte da luta pela sobrevivência. Daqui pra frente, é por conta dele. Com sorte e “padrinhos” (fada madrinha já era), poderá até vir a ser... sei lá... presidente do Senado?
quinta-feira, 18 de março de 2010
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